O café em sua versão ultrassofisticada. Assim podemos resumir o conceito de microlote de café. De forma geral, um micro - ou até nano lote - oferece pequenas coleções de grãos, originados de uma produção cuidadosamente especializada.O produto é idealizado para se tornar um convite ao paladar e, por isso mesmo, vem se tornando cada vez mais disputado entre os amantes da bebida.
Mas o que leva, de fato, um lote de café ser excepcional quando se fala em qualidade? É o que vamos descobrir agora!
Entenda por que um microlote de café traz uma experiência única
O termo microlote está ligado à terceira onda dos apreciadores de café - é a que vivemos na atualidade, onde é importante observar a origem do café, compreender os métodos produtivos, os diferentes tipos, as influências climáticas na produção e microcultura, e acima de tudo, focar na qualidade.
Para ser considerado microlote, seu volume deve ser limitado ao mínimo de uma e máximo de 30 sacas, lembrando que pode variar conforme o tamanho do produtor, desde que dentro destes limites. Esses grãos são de apenas uma origem (single origin, ou seja, sem blends), que podem vir de um talhão ou de uma fazenda/sítio. Assim, estes pequenos lotes têm garantia de origem, qualidade e excepcionalidade.
O torna diferente ao consumidor final? É o prazer de tomar um café único, sem misturas de origens e características, ou seja, são cafés completos em sua essência que levam a experiência olfativa e gustativa a novos patamares. Para isso, o café deve ser cultivado em específicas áreas com clima, solo, altitude e latitude, que são as condições que caracterizam o famoso terroir do café, conforme já explicamos aqui neste outro artigo.
Podemos destacar então dois aspectos fundamentais para se ter um microlote de café: pureza e uniformidade. A pureza significa que não existem “elementos estranhos” ao café como pedras, paus e torrões de terra, nem mesmo grãos que tenham sofrido algum tipo de fermentação indesejável. Quanto à uniformidade, é um conceito que nos dá a idéia de que os grãos que compõem esse lote tem praticamente as mesmas características, definidas principalmente pelo ponto de maturação no momento da colheita.
O especialista Ensei Neto explica que para produzir lotes de café de qualidade excepcional, o produtor colhe preferencialmente as frutas maduras e faz a secagem de forma cuidadosa, observando o desenvolvimento dos aromas adocicados. “Não é tarefa fácil, pois a polpa adocicada pode vir a fermentar tal qual ocorre com as uvas prensadas e, caso não haja um bom controle, o apodrecimento da semente ou a produção do vinagre é desastre certo”, diz.
Outras aspectos de um microlote são a produção limitada – uma única safra até – e a atenção especial à embalagem – inclusive caixas, latas, garrafas de vidro. E vai além, pois fornece ao consumidor acesso a todas as informações da bebida, origem, qualidade, meio de produção, secagem e a história por trás de cada grão.
Assim, sempre que um microlote é vendido, a intenção não é simplesmente comercializar um café. É entregar um produto único, de volume reduzido, mas de qualidade surpreendente. A intenção é valorizar seu criador, o produtor. Para produzir um microlote, o processo, desde a lavoura até a xícara, é o responsável pela diferenciação.
A análise sensorial para termos ou não um microlote leva em conta a metodologia da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA, sigla em inglês), que determina os critérios de doçura, limpeza, acidez e corpo da bebida. Após a avaliação, o café é pontuado, de acordo com o peso específico de cada um desses itens.
A proporção de café de microlotes no Brasil chega perto de 100 mil sacas por ano - apenas 0,2% do total aproximado de 50 milhões de sacas anuais.
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